A equação de Schrödinger de um sistema físico de hamiltoniano
é
Suponhamos que
seja um estado estacionário, ou seja, que
Inserindo-se esta expressão na equação de Schrödinger , obtém-se
uma equação para
, que é
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(191) |
conhecida como equação de Schrödinger independente do tempo.
Resolvê-la é determinar o par
, onde
é um
número.
Para exemplificar, vamos tratar um caso muto simples: uma
partícula livre, de massa
, que se move ao longo do eixo
.
Neste caso
e a Eq.(191) é
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(192) |
Introduzindo
podemos reescrever a equação acima assim:
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(193) |
cuja solução geral é
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(194) |
com
e
arbitrários. Existe solução para todo
, e, como
existe solução para todo
. Diz-se então que o espectro é
contínuo.
Seja
um operador associado a uma quantidade física de
espectro contínuo. Escreveremos a equação de autovalores assim:
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(195) |
onde o índice
agora varia continuamente. Como veremos mais
tarde, as autofunções associadas a um espectro contínuo não são
normalizáveis, isto é, não é possível impor para elas a condição
Exemplo: a função de onda de um estado estacionário de
uma partícula livre, cuja parte espacial vimos na
Eq.(194), é
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(196) |
onde usamos
. Então
e, por isso,
A seguir vamos descobrir uma maneira de normalizar adequadamente
as autofunções ligadas a um espectro contínuo.
Seja
uma função de onda normalizável. A
expansão dela em autofunções da quantidade física
, cujo
espectro é contínuo, é
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(197) |
Queremos que
seja a probabilidade de que, efetuada uma
medida de
, o valor obtido esteja entre
e
.
Logo,
. Da mesma forma,
. Segue que
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(198) |
e, como
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(199) |
também que
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(200) |
Comparando o primeiro termo com o último, temos
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(201) |
que permite calcular os coeficientes da expansão
.
Rescrevendo a expansão acima como
e usando-a na Eq.(656),
temos
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(202) |
Mas
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(203) |
Comparando as duas últimas, obtém-se
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(204) |
que é a relação de ortogonalidade para autofunções do espectro
contínuo. Conseqüentemente, as relações básicas para o espectro
contínuo são:
Henrique Fleming 2003